domingo, 26 de agosto de 2012

Quem é você?


Vivemos em tempos brochantes, como diz Sérgio Pavarini . Realmente é desanimador quando observamos como temos caminhado. A falta de autenticidade, de identidade, não é apenas “coisa de adolescente”. A falta de identidade é apenas mais uma consequência do que chamamos de evolução humana. O mais decepcionante, a meu ver, ocorre quando aceitamos certos rótulos impostos por nossa sociedade.
Acreditamos ser o que somos não porque de fato somos, mas porque nos falaram que somos. Falaram que sou feia, passo a me ver como feia. Disseram que sou legal, sinto-me legal. Na TV, eu assisti que, para eu ser bem vista, preciso ter o produto/mercadoria tal. Aceitamos facilmente o olhar do outro, em vez de fazermos uma autorreflexão do que fomos, somos e queremos ser. Queremos liberdade de pensamento, mas vivemos em uma defasagem do eu. Penso, logo copio aquele pensamento do fulano de tal.
Uso novamente uma fala de Pavarini, para retratar um pouco o que estou tentando dizer: “Temos uma tendência quase irresistível para usar rótulos. Adesivos que, em geral, nos desincumbem da tarefa de pensar. O “papel” já define tudo. O moleque naturalmente bagunceiro por conta da idade é “hiperativo”. A adolescente triste após o rompimento com o namorado é “deprimida”. O cabra sem coragem de lutar por melhor posição profissional sofre de “pânico”. A timidez da moça solteira é resultado de bullying sofrido décadas atrás”.
Podemos ficar, em muitas situações, “livres” da tarefa de pensar, copiando e aceitando esses rótulos. Entretanto, não devemos esquecer que a responsabilidade de ser quem somos e suas consequências são nossas. Ainda que muitos não assumam a própria responsabilidade de ser, em algum momento serão confrontados.
Necessitamos pensar sobre essa questão, urgentemente! Vemos crescer, em nossa sociedade, grupos cada vez mais perdidos, sem referencial, sem princípios, por conta dessa influência do nosso século. Realmente, pensar sobre si não é uma tarefa fácil. Muitas vezes nos incomoda entrar em contato com quem somos. Mas, graças a Deus, temos como característica universal, em nossa personalidade, algo dinâmico, que nos dá a oportunidade de mudar, melhorar, repensar, renascer!
Não deixaria de fazer uma pergunta essencial para finalizar o texto, mas não o pensamento: quem é você? É tempo de análise!

Por Samara Lacerda, no blog Juve Metodista


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