Quantas vezes nos encontramos
conosco mesmo durante o dia? Eu não estou falando dessa pessoa que acorda,
se arruma , perfuma-se , se veste bem e
vai a escola ou ao trabalho. Falo da
pessoa interior que somos , que nos entrega e que muitas vezes nos
envergonhamos. Sabe quando você acorda e
sente um desejo enorme de ‘ser criança’ , não na forma literal, mas no âmago da alma se desprender
de estereótipos que vamos aprendendo
a vestir durante os anos. Uma criança é desprendida, ela não precisa
mascarar nada, ela é autentica. Ela
sorri na sua angélica sinceridade. Ela
corre ,brinca e se entrega ao abraço sem medir
futuras intenções. Existe uma
pergunta que a nós deve ser feita (e espero que bem respondida) durante todo o
tempo: Quem realmente Somos? Sim, eu e você ,quem realmente somos. Será que
temos criado um personagem que
agrada as pessoas , a multidão e no
silêncio do quarto ao tirar a máscara
chora de vazio. Será esse personagem tem
sido realmente sincero diante dos amigos, fatos circunstanciais da vida? O Salmo 51
revela o que dá prazer a Deus “ Eis que te comprazes na VERDADE no
ÍNTIMO...” Está aqui o que agrada a Deus, SINCERIDADE. Mostrar para Deus quem nós realmente somos.
Podemos orar ‘orações’ lindas sem ao menos termos dito algo sobre o nosso EU ÍNTIMO, quem realmente
somos, o que nos move ou motiva de verdade. O profeta Isaías
diante da morte do seu apoio viu realmente quem ELE ERA, ‘Então disse: ai de mim! Estou perdido!Porque
sou um homem de lábios impuros , habito no meio de um povo de impuros
lábios...’ (Is 6.5). O profeta tornou-se uma personagem, entregue ao que aquela sociedade vivia. QUEM REALMENTE
É VOCÊ? Possivelmente essa resposta não
é dada nas nossas declarações ou
ações por receio, medo mesmo, de que as
pessoas se afastem de nós,descubram quem realmente somos,por isso tememos. Davi entendia isso e soube descrever o
coração de Deus ‘amas a verdade no íntimo’, é assim que Deus gosta que sejamos,sinceros. Com
nossas ‘máscaras’ enganamos o vizinho, o
patrão, amigos .... mas não
conseguimos enganar a Deus. É preciso muitas vezes pararmos com orações
contemplativas e começarmos a orar uma
oração SINCERA, de entrega do ‘eu’ , do impostor que quer tomar o lugar de quem realmente somos. Perdemos nossa identidade
para agradar a multidão. Sob trechos do
livro do Reverendo Brennan Manning
conseguimos ter uma idéia de como o Impostor atua em nossas vidas:
“O falso eu
desempenha seu papel ilusório, protegendo-nos ostensivamente —, mas o faz de um
jeito programado para manter nosso medo de sermos abandonados... Os impostores
se preocupam com a aceitação e a aprovação. Por causa da sufocante necessidade
de agradar outros, não conseguem dizer não com a mesma confiança que dizem sim.
Por isso fazem das pessoas, dos projetos e das causas uma extensão de si
mesmos, motivados não pelo comprometimento pessoal, mas pelo medo de não
atingir as expectativas dos outros.
Para alcançar
aceitação e aprovação, o falso eu suprime, ou camufla, sentimentos,
impossibilitando a honestidade emocional.”
Vivemos sufocados por cumprir a expectativa dos outros. O que nos agrada realmente (poucas
vezes) mal conseguimos viver ou fazer. Existe uma necessidade de
corresponder a multidão, e ela grita:
Cale-se e viva como os modelos que agradam a todos.
Dentro de ‘sistemas’ religiosos
ou não , encontramos isso, a padronização(roupas, jeito de falar,jeito de
orar...), que sejam todos iguais e os diferentes ‘excluídos’ , calados ou
isolados. O profeta Joel conclama
a ‘rasgar o vosso
coração e não as vossas vestes’ sermos sinceros com o pai no nosso
íntimo. Não enganamos Deus com ofertas, com sacrifícios, Deus nos conhece no
íntimo e por isso ele espera de nós
autenticidade. Eu preciso
aprender a cada dia a me entregar,
entregar realmente quem eu sou, meu gostos e maus gostos a ele. Minhas imperfeições,motivações, passos
e caminhos que precisam ser
melhorados. Que o Senhor nos livre de nós mesmos, de nos tornarmos apenas seres
mascarados , e sim , sermos homens e
mulheres de um coração onde o pai habita.
Em Cristo , a ele toda glória e
honra , Robson L. Sousa.
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